Flôr No Caixote

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MIMO E PRIMAVERAS

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domingo, 6 de novembro de 2011

Jardim Botânico – pequena história

O ser humano descobriu cedo o valor biológico e comercial da flora. Desde os primitivos unguentos com folhas e sementes ao agronegócio, a humanidade sempre quis “domesticar” as plantas que consideravam relevantes seja pela estética, seja pelo valor medicinal ou comercial. O conceito de jardim botânico é mais antigo do que sua “criação” formal. Grosso modo, um jardim botânico é uma área destinada ao plantio de vegetação, geralmente incrustada na cidade, para estudo, manutenção, conservação e visitação pública (gratuita ou paga). Tanto espécies endêmicas quanto exóticas podem ser cultivadas em seu interior, desde que observados os cuidados com cada cultivar. Todas as espécies existentes em um jardim botânico são obrigatoriamente catalogadas e identificadas.
Jardim Botânico de Kew, Inglaterra
Os primeiros relatos deste tipo de coleção botânica datam do Antigo Egito, mas muitos creditam a concepção dos jardins botânicos aos chineses, que viam o agrupamento da flora com olhos práticos, alimentares e medicinais. O mesmo conceito foi implantado na Europa após a Idade Média. Não por acaso (a Idade Média é tristemente conhecida pelo seu obscurantismo), os primeiros jardins botânicos eram na verdade herbários destinados à busca de panaceias medicinais – daí o nome hortus medicus – e desenvolvidos por universidades e escolas de medicina. O primeiro Jardim Botânico formal foi criado no século XIV em Pisa, Itália, cidade que também teve o primeiro curso de Botânica. Também na Itália, concomitantemente, nascia o Jardim Botânico de Pádua, o primeiro jardim universitário.
Jardim Botânico de Lineu, Uppsala, Suécia
A partir do pioneirismo de Pádua, muitos docentes transportaram a ideia do hortus academicus à guisa de pesquisa de novas drogas medicinais, mas a expansão para o estudo mais abrangente da Botânica como um todo foi uma consequencia natural da curiosidade acadêmica. Os Jardins Botânicos que foram criados a partir daí foram se multiplicando: Heidelberg e Göttingen na Alemanha, Uppsala na Suécia (lembrem-se que o pai da classificação binominal das espécies é sueco – Carlos Lineu), Ajuda e Coimbra em Portugal,Copenhagen na Dinamarca, Montpellier e Paris na França e Londres na Inglaterra, só para exemplificar.
Jardim Botânico D'Ajuda, Portugal
O estudo dos biomas e das plantas existentes neles suscitaram uma ampliação do escopo original do conceito do jardim botânico. Há, claro, a preocupação em descobrir novos possíveis princípios ativos para a medicina e indústria química em geral, mas antes é preciso pensar em como preservar o que existe para que a flora possa nos ofertar tudo o que ela tem de útil. É possível ainda fazer visitas guiadas aos espaços criados nos diversos jardins botânicos espalhados pelo mundo. No Brasil, alguns exemplos são os Jardins Botânicos do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Caxias e Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).

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