Flôr No Caixote

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MIMO E PRIMAVERAS

MIMO  E PRIMAVERAS

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Floresta amazônica A maioria dos 7 milhões de km2 da Floresta Amazônica é constituída por uma floresta de terra firme. Esta é uma floresta que nunca é alagada e se espalha sobre uma grande planície de até 130-200 metros de altitude, até os sopés das montanhas. São três tipos de florestas amazônicas: as florestas montanhosas Andinas, as florestas de terra firme e as florestas fluviais alagadas, as duas últimas na Amazônia brasileira. A floresta de terra firme tem inúmeras adaptações à pobreza em nutrientes dos seus solos argilosos e podzólicos. As árvores que a compõem são capazes de se abastecer com nitratos através de bactérias fixadoras de nitrogênio, que estão ligadas às suas raízes. Além disso, uma grande variedade de fungos também simbiontes das raízes, chamados micorrizas, reciclam rapidamente o material orgânico antes deste ser lixiviado. A serrapilheira (formada por folhas e outros detritos vegetais que caem ao solo) é reciclada rapidamente pela fauna rica de insetos, especialmente besouros, formigas e cupins. Os insetos constituem a maioria da biomassa animal na floresta de terra firme. Esta floresta, especialmente rica em aráceas epífitas, é, comparada à Mata Atlântica, relativamente pobre em bromélias e orquídeas. Entre estas plantas epífitas estão as mirmecófitas, plantas que vivem em estreita simbiose com as formigas. No sub-bosque da floresta destacam-se especialmente as palmeiras e os cipós. As grandes samambaias são raras. A macrofauna do chão da floresta é relativamente pobre. Os vários sapos e pererecas ali encontrados apresentam diversas adaptações para garantir a água necessária para o desenvolvimento dos girinos. Alguns grandes mamíferos, tais como as antas, o cateto e a queixada, assim como os mutuns e os inhambus, entre as aves do chão, merecem destaque. Perto do chão da floresta encontram-se também muitas aves "papa-formigas", que tiram proveito das enormes migrações de formigas de correição. A grande diversidade animal encontra-se nas copas das árvores entre 30 e 50 metros de altura, um ambiente de difícil acesso para o pesquisador. Ali é rica a fauna de aves, como papagaios, tucanos e pica-paus. Especialmente vistosos são o pavãozinho do Pará e a cigana. Entre os mamíferos das copas predominam os marsupiais, os morcegos, os roedores e os macacos. Os primatas possuem nichos bem diferenciados. O bugio é diurno e se alimenta de preferência com folhas. O macaco da noite Aotus é o único macaco ativo durante a noite. Os sauins, insetívoros vorazes, possuem várias espécies e subespécies que se diferenciam pelo colorido e forma das faces. Ao lado dos polinizadores clássicos - abelhas, borboletas e aves - os macacos da Floresta Amazônica têm também um papel de destaque como polinizadores. As aves, os morcegos e os macacos frugívoros da mata de terra firme têm um importante papel de disseminar os frutos e sementes das árvores. As espécies e subespécies de macacos, preguiças, esquilos e outras são freqüentemente separadas pelos grandes rios tributários do rio Amazonas. As unidades biogeográficas formadas pelas bacias destes rios explicam em parte a grande bioversidade da biota amazônica. As florestas alagadas estão ao alcance das enchentes anuais do rio Amazonas e de seus afluentes mais próximos. As flutuações do nível da água podem chegar a 10 metros ou mais. De março a setembro, grandes trechos de floresta ribeirinha são alagados. As plantas e os animais da floresta alagada amazônica vivem em função das suas diversas adaptações especiais para sobreviver durante as enchentes. As águas amazônicas possuem características diferentes, resultantes da geologia das suas bacias fluviais. Os rios chamados de rios de água branca ou turva, como o Solimões ou o Madeira, percorrem terras ricas em minerais e suspensões orgânicas. Os rios chamados de água preta, como o Negro, oriundos de terras arenosas pobres em minerais, são transparentes e coloridos em marrom pelas substâncias húmicas. Existem também rios de águas claras, como o Tapajós, que nascem nas áreas dos antigos escudos continentais, também pobres em minerais e nutrientes. As árvores das matas alagadas têm várias adaptações morfológicas e fisiológicas para viverem parcialmente submersas, como raízes respiratórias e sapopembas. As árvores são pobres em plantas epífitas e o sub-bosque praticamente inexiste. Em seu lugar existe uma rica flora herbácea, como o capim-mori, a canarana e o arroz selvagem. Na estação das enchentes, o capim se destaca e forma verdadeiras ilhas flutuantes. Outras plantas flutuantes, tais como a vitória-régia e o aguapé, também acompanham o nível das águas. Os mamíferos das matas alagadas - antas, capivaras e outros - são todos bons nadadores. Até as preguiças são capazes de nadar. A fauna de macacos e de outros mamíferos arborícolas em geral é pobre, comparada com a fauna da terra firme. Nos rios de várzea encontram-se, porém, várias espécies de mamíferos aquáticos, como os botos, o peixe boi, a ariranha e as lontras. A fauna de primatas é muito reduzida. O vegetariano peixe boi e os botos predadores são, entretanto, muito raros nas águas pretas e claras dos igapós, pobres em vegetação aquática e pouco piscosas. Encontro das águas dos Rios Negro e Solimões formam o Rio Amazonas Na avifauna relativamente pobre das florestas de igapós predominam as aves aquáticas, tais como as garças, biguás, jaçanãs, mucurungos e patos. As águas das florestas alagadas são ricas em répteis aquáticos. As tartarugas são importantes herbívoros da vegetação aquática e são muito caçadas. A tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa) está em perigo de extinção; a cabeçuda (P. dumeriliana) e a tracajá (P.unifilis) são também muito apreciadas pelos caçadores. Os cágados Phrynops são encontrados com mais freqüência nas corredeiras. Entre os jacarés, o jacaretinga (Palaeosuchus trigonatus), gênero com uma única espécie endêmica na Amazônia, está ameaçado de extinção. O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é o jacaré comum na área. Vários autores atribuem aos jacarés predadores um importante papel de "reguladores" na várzea. A grande jibóia amazônica merece também ser mencionada. Na Amazônia vivem em torno de 10 mil espécies de peixes. Aqui, mencionamos apenas algumas espécies ligadas à floresta de inundação. São estas os peixes frugívoros que evoluíram em estreita co-evolução com as árvores e arbustos amazônicos: as frutas caem na água, são engolidas pelos peixes e as sementes resistentes às enzimas gástricas são transportadas para longe. Vários peixes, especialmente os da grande ordem dos Characinoidea, apresentam dentições especializadas para certos tipos de frutas. O tambaqui (Collosoma macropomum) é um comedor especialista das frutas da Hevea spruceana. Pacus, dos gêneros Mylossoma, Myleus e Broco, são também comedores importantes de frutas de palmeiras, embaúbas e outras árvores. A piranheira é uma planta preferida por algumas espécies de piranhas. A dispersão das plantas pelos peixes da várzea e dos igapós tem uma importância comparável à da dispersão clássica de sementes pelas aves e mamíferos nas florestas de terra firme. O tambaqui e os pacus, bem como o pirarucu (Arapaima gigas), são os peixes de maior importância comercial na Amazônia. Nada ilustra melhor o papel ecológico importante da frugivoria dos peixes. O tambaqui é muito procurado por pescadores turísticos. A fauna de insetos é principalmente ligada à vegetação flutuante. As poucas espécies de cupins e de formigas acompanham a subida e a descida das águas ao longo dos troncos das árvores. Vários tipos de insetos vivem sobre a vegetação flutuante, enquanto nas águas criam-se enormes populações de mosquitos e outros dipterros irritantes. Os rios de água preta são isentos deste flagelo. Específicas dos igapós de solos arenosos e de água preta são a piranheira (Piranhea trifoliata), a oeirana (Alchornea castaniifolia), várias espécies de Inga e de Eugenia, as palmeiras Copaifera martii (copaíba) e a Leopoldinia. Algumas árvores têm grande resistência às enchentes prolongadas, tais como a Myrciaria dubia, a Eugenia inundata (araçá de igapó) e, finalmente, a Salix humboldtiana, que sobrevivem a vários anos de submersão permanente. A lista das espécies em extinção é encabeçada pelos botos, peixe boi, ariranha, tartaruga verdadeira, jacaretinga e outros. Entre os peixes ameaçados destacamos o pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo. Uma estação ecológica está situada por inteiro no ambiente dos igapós: é a Estação Ecológica Federal do arquipélago de Anavilhanas, no baixo rio Negro. Nas enchentes, o arquipélago de centenas de ilhas é praticamente submerso. O laboratório de pesquisa da Estação fica em casas flutuantes que acompanham também o nível das águas. Uma outra estação, Mamirauá, está situada na várzea, perto de Tefé. O grande centro de pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, e o Museu Goeldi, em Belém, mantêm várias reservas e áreas de pesquisa nas matas de terra firme. Em Santarém encontra-se um grande centro de pesquisas piscívoras. “O Mochileiro é um viajante independente, que organiza suas viagens por conta própria, dando ênfase ao conhecimento, aventura e diversão.”

     
Floresta amazônica
         A maioria dos 7 milhões de km2 da Floresta Amazônica é constituída por uma floresta de terra firme. Esta é uma floresta que nunca é alagada e se espalha sobre uma grande planície de até 130-200 metros de altitude, até os sopés das montanhas.
        São três tipos de florestas amazônicas: as florestas montanhosas Andinas, as florestas de terra firme e as florestas fluviais alagadas, as duas últimas na Amazônia brasileira.
       A floresta de terra firme tem inúmeras adaptações à pobreza em nutrientes dos seus solos argilosos e podzólicos. As árvores que a compõem são capazes de se abastecer com nitratos através de bactérias fixadoras de nitrogênio, que estão ligadas às suas raízes. Além disso, uma grande variedade de fungos também simbiontes das raízes, chamados micorrizas, reciclam rapidamente o material orgânico antes deste ser lixiviado. A serrapilheira (formada por folhas e outros detritos vegetais que caem ao solo) é reciclada rapidamente pela fauna rica de insetos, especialmente besouros, formigas e cupins. Os insetos constituem a maioria da biomassa animal na floresta de terra firme.
        Esta floresta, especialmente rica em aráceas epífitas, é, comparada à Mata Atlântica, relativamente pobre em bromélias e orquídeas. Entre estas plantas epífitas estão as mirmecófitas, plantas que vivem em estreita simbiose com as formigas. No sub-bosque da floresta destacam-se especialmente as palmeiras e os cipós. As grandes samambaias são raras.
        A macrofauna do chão da floresta é relativamente pobre. Os vários sapos e pererecas ali encontrados apresentam diversas adaptações para garantir a água necessária para o desenvolvimento dos girinos. Alguns grandes mamíferos, tais como as antas, o cateto e a queixada, assim como os mutuns e os inhambus, entre as aves do chão, merecem destaque. Perto do chão da floresta encontram-se também muitas aves "papa-formigas", que tiram proveito das enormes migrações de formigas de correição.
       A grande diversidade animal encontra-se nas copas das árvores entre 30 e 50 metros de altura, um ambiente de difícil acesso para o pesquisador. Ali é rica a fauna de aves, como papagaios, tucanos e pica-paus. Especialmente vistosos são o pavãozinho do Pará e a cigana. Entre os mamíferos das copas predominam os marsupiais, os morcegos, os roedores e os macacos. Os primatas possuem nichos bem diferenciados.
        O bugio é diurno e se alimenta de preferência com folhas. O macaco da noite Aotus é o único macaco ativo durante a noite. Os sauins, insetívoros vorazes, possuem várias espécies e subespécies que se diferenciam pelo colorido e forma das faces. Ao lado dos polinizadores clássicos - abelhas, borboletas e aves - os macacos da Floresta Amazônica têm também um papel de destaque como polinizadores.
  
As aves, os morcegos e os macacos frugívoros da mata de terra firme têm um importante papel de disseminar os frutos e sementes das árvores. 
As espécies e subespécies de macacos, preguiças, esquilos e outras são freqüentemente separadas pelos grandes rios tributários do rio Amazonas. As unidades biogeográficas formadas pelas bacias destes rios explicam em parte a grande bioversidade da biota amazônica.
 As florestas alagadas estão ao alcance das enchentes anuais do rio Amazonas e de seus afluentes mais próximos. As flutuações do nível da água podem chegar a 10 metros ou mais. De março a setembro, grandes trechos de floresta ribeirinha são alagados. As plantas e os animais da floresta alagada amazônica vivem em função das suas diversas adaptações especiais para sobreviver durante as enchentes.
 As águas amazônicas possuem características diferentes, resultantes da geologia das suas bacias fluviais. Os rios chamados de rios de água branca ou turva, como o Solimões ou o Madeira, percorrem terras ricas em minerais e suspensões orgânicas. Os rios chamados de água preta, como o Negro, oriundos de terras arenosas pobres em minerais, são transparentes e coloridos em marrom pelas substâncias húmicas. Existem também rios de águas claras, como o Tapajós, que nascem nas áreas dos antigos escudos continentais, também pobres em minerais e nutrientes.
As árvores das matas alagadas têm várias adaptações morfológicas e fisiológicas para viverem parcialmente submersas, como raízes respiratórias e sapopembas. As árvores são pobres em plantas epífitas e o sub-bosque praticamente inexiste. Em seu lugar existe uma rica flora herbácea, como o capim-mori, a canarana e o arroz selvagem. Na estação das enchentes, o capim se destaca e forma verdadeiras ilhas flutuantes. Outras plantas flutuantes, tais como a vitória-régia e o aguapé, também acompanham o nível das águas.
Os mamíferos das matas alagadas - antas, capivaras e outros - são todos bons nadadores. Até as preguiças são capazes de nadar. A fauna de macacos e de outros mamíferos arborícolas em geral é pobre, comparada com a fauna da terra firme. Nos rios de várzea encontram-se, porém, várias espécies de mamíferos aquáticos, como os botos, o peixe boi, a ariranha e as lontras. A fauna de primatas é muito reduzida. O vegetariano peixe boi e os botos predadores são, entretanto, muito raros nas águas pretas e claras dos igapós, pobres em vegetação aquática e pouco piscosas.
      
Encontro das águas dos Rios Negro e Solimões formam o Rio Amazonas
Na avifauna relativamente pobre das florestas de igapós predominam as aves aquáticas, tais como as garças, biguás, jaçanãs, mucurungos e patos.
As águas das florestas alagadas são ricas em répteis aquáticos. As tartarugas são importantes herbívoros da vegetação aquática e são muito caçadas. A tartaruga verdadeira (Podocnemis expansa) está em perigo de extinção; a cabeçuda (P. dumeriliana) e a tracajá (P.unifilis) são também muito apreciadas pelos caçadores. Os cágados Phrynops são encontrados com mais freqüência nas corredeiras. Entre os jacarés, o jacaretinga (Palaeosuchus trigonatus), gênero com uma única espécie endêmica na Amazônia, está ameaçado de extinção. O jacaré-açu (Melanosuchus niger) é o jacaré comum na área. Vários autores atribuem aos jacarés predadores um importante papel de "reguladores" na várzea. A grande jibóia amazônica merece também ser mencionada.
Na Amazônia vivem em torno de 10 mil espécies de peixes. Aqui, mencionamos apenas algumas espécies ligadas à floresta de inundação. São estas os peixes frugívoros que evoluíram em estreita co-evolução com as árvores e arbustos amazônicos: as frutas caem na água, são engolidas pelos peixes e as sementes resistentes às enzimas gástricas são transportadas para longe. Vários peixes, especialmente os da grande ordem dos Characinoidea, apresentam dentições especializadas para certos tipos de frutas. O tambaqui (Collosoma macropomum) é um comedor especialista das frutas da Hevea spruceana. Pacus, dos gêneros Mylossoma, Myleus e Broco, são também comedores importantes de frutas de palmeiras, embaúbas e outras árvores. A piranheira é uma planta preferida por algumas espécies de piranhas. A dispersão das plantas pelos peixes da várzea e dos igapós tem uma importância comparável à da dispersão clássica de sementes pelas aves e mamíferos nas florestas de terra firme. O tambaqui e os pacus, bem como o pirarucu (Arapaima gigas), são os peixes de maior importância comercial na Amazônia. Nada ilustra melhor o papel ecológico importante da frugivoria dos peixes. O tambaqui é muito procurado por pescadores turísticos.
 A fauna de insetos é principalmente ligada à vegetação flutuante. As poucas espécies de cupins e de formigas acompanham a subida e a descida das águas ao longo dos troncos das árvores. Vários tipos de insetos vivem sobre a vegetação flutuante, enquanto nas águas criam-se enormes populações de mosquitos e outros dipterros irritantes. Os rios de água preta são isentos deste flagelo.
 Específicas dos igapós de solos arenosos e de água preta são a piranheira (Piranhea trifoliata), a oeirana (Alchornea castaniifolia), várias espécies de Inga e de Eugenia, as palmeiras Copaifera martii (copaíba) e a Leopoldinia. Algumas árvores têm grande resistência às enchentes prolongadas, tais como a Myrciaria dubia, a Eugenia inundata (araçá de igapó) e, finalmente, a Salix humboldtiana, que sobrevivem a vários anos de submersão permanente.
A lista das espécies em extinção é encabeçada pelos botos, peixe boi, ariranha, tartaruga verdadeira, jacaretinga e outros. Entre os peixes ameaçados destacamos o pirarucu, o maior peixe de água doce do mundo.
 Uma estação ecológica está situada por inteiro no ambiente dos igapós: é a Estação Ecológica Federal do arquipélago de Anavilhanas, no baixo rio Negro. Nas enchentes, o arquipélago de centenas de ilhas é praticamente submerso. O laboratório de pesquisa da Estação fica em casas flutuantes que acompanham também o nível das águas. Uma outra estação, Mamirauá, está situada na várzea, perto de Tefé. O grande centro de pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus, e o Museu Goeldi, em Belém, mantêm várias reservas e áreas de pesquisa nas matas de terra firme. Em Santarém encontra-se um grande centro de pesquisas piscívoras.



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“O Mochileiro é um viajante independente, que organiza suas viagens por conta própria, dando ênfase ao conhecimento, aventura e diversão.”

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