Sobre Deus, jardins e borboletas...
No princípio era um jardim, lá moravam a alegria, lindas borboletas e ela. Todas as tardes Deus descia do céu e passeava com ela, sua amada. Segurando em suas macias e frágeis mãos, mostrava-lhes as flores que havia plantado, cada uma um aroma especial, plantadas bem pertinho de um ribeiro de águas mansas e perenes, onde haviam passarinhos que entoavam canções de amor.
Um dia ela não quis mais passear com ele, queria espaço, queria pensar, ficar só. Os dias se passaram , a alegria se foi. Todas as tardes Deus esperava por sua amada, mas ela não voltava, então decidiu não mais ir àquele lugar que havia se tornado morada da solidão e da dor. No entanto para preservar o jardim, no qual viveu os momentos mais sublimes construiu um muro. "A tristeza é muro que separa jardins". E colocou dois guardas para o proteger.
Mas ele deixou um sinal, as borboletas, na esperança que sua amada as vendo lembre-se do seu amor. E lembrando-se siga os passos do jardineiro que foi enviado para plantar caminhos, anunciando que tudo que foi ensinado, aprendido, determinado pelos Deuses ou por homens deve resumir-se em amar...
O desejo de Deus é amar e ser amado. O caminho de Jesus é o amor. Aquelas que amam conhecem a Deus... Quem não ama... Quem não se permite ser amada... Veja... Há borboletas...
Cecília Meireles escreveu um poeminha que diz tudo, o essencial, nada lhe falta...
“No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta.
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